Tribunal francês decide
a favor dos direitos dos
condutores
profissionais romenos,
França deve pagar
custas judiciais
O Tribunal de Apelação de Paris decidiu que os reguladores de transporte franceses violaram os direitos do condutor profissional de uma empresa de transporte romena durante uma inspeção de tráfego em abril de 2021, de acordo com a Associação Romena de Transportadores (UNTRR).
A decisão do tribunal exige que o estado francês cubra os custos legais da empresa.
A UNTRR relata que o incidente ocorreu durante uma inspeção de trânsito de rotina conduzida por oficiais da DREAL (Direction Régionale de l'Environnement, de l'Aménagement et du Logement).
Durante a inspeção, os oficiais da DREAL acusaram o condutor profissional de manipular manualmente as suas horas de trabalho. A acusação envolveu alegações de que ele estava deliberadamente a registrar as suas horas à mão para exceder os limites legais de condução e para ter um período de descanso semanal reduzido no seu camião, o que seria uma violação das regulamentações de transporte.
De acordo com a UNTRR, o Tribunal de Apelação de Paris concluiu que os oficiais do DREAL falharam em observar os direitos do condutor profissional, conforme descrito no Artigo 6 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos. Os principais problemas identificados incluíam a ausência de um intérprete, apesar dos oficiais estarem cientes de que o condutor profissional não falava ou entendia francês. Além disso, o tribunal observou que o condutor profissional não foi informado de seu direito de permanecer em silêncio ou de ter um advogado presente durante o interrogatório.
O tribunal concluiu que esse interrogatório exigia salvaguardas processuais, que não foram fornecidas. O questionário dos policias foi, portanto, visto como algo que ia além de simples observações e exigia conformidade com requisitos legais para suspeitos.
A UNTRR declarou que o tribunal reconheceu que a natureza da suposta infração poderia envolver tanto o condutor profissional quanto seu empregador. Essa classificação significava que o condutor profissional tinha o status de suspeito durante a inspeção. Como tal, ele deveria ter sido informado de seus direitos sob o Artigo 6, que garante aos indivíduos o direito a um julgamento justo, incluindo acesso a representação legal e informações em um idioma que eles entendam.
Como resultado, o tribunal anulou as declarações coletadas durante a inspeção e decidiu que o Estado francês deve cobrir as despesas legais da empresa romena incorridas no caso.
Autora:Pólos Zsófia
Jornalista Trans.info
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